Gueixa
O Oriente está a cinco passos: moça de olhos puxados, sentada neste café. Mangá jamais desenhado, traço, assim, delineado, estrela nipo-solar. E a luz desse sol poente me invade assim, de repente, instiga meu mar-luar. É quando eu sinto a energia que seu espírito irradia, força extremada, sem par! Golpe certeiro e cortante, linhagem beligerante: moça-gueixa-samurai... Seda espalhada nas costas, tapete negro, macio, melenas longas e retas onde é bom de se aninhar. Olhar que é mira certeira, ritualística dama da Cerimônia do Chá. Mirante para outras terras, língua que é puro mistério, dilema a enfeitiçar... Da direita para a esquerda, leitura desconcertante, perdição do viajante, ideograma de amar. Expressão da natureza sob a forma de princesa, linda boneca de louça, com boca cor de carmim. Efeito de um kamikase, de espada bem afiada, bandeira branca e vermelhadualidade sem fim. Misto de paz e de guerra, um delicado origami sentado próximo a mim. E chego ao fim desses versos, presente de mais um dia, fruto doce desse vício que se chama observar. Assim registro a magia e eternizo a poesia que invadiu esse lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
volte sempre.